segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Sangue 8





“Oh melodia da felicidade, toque nesse meu coração partido e cure suas feridas!”




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A Canção da Meia Noite

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(Parte2)

-Pederneiras corre grande perigo Andressa, por Algum motivo várias das criaturas que caçamos estão vindo pra cá. –disse Daniel para Andressa.
Ele havia chegado derrepente depois de ter viajado emergencialmente para o Vaticano,
paladinos do mundo todo reportaram que as criaturas da noite estavam vindo para Pederneiras.
-Mas por que, como assim estão vindo para cá? –perguntou Andressa a Daniel.
-Há algo aqui nessa cidade que está as atraindo, alguma energia muito poderosa, o Vaticano não suspeitava de nada até que eu contei a eles sobre o vampiro que enfrentei, acreditam ser ele o motivo, pois há décadas acreditávamos que os vampiros estavam extintos.
-Entendo, talvez seja culpa de Atanael mesmo, pois várias coisas têm acontecido aqui na cidade.
-Atanael é? Era isso que também queria conversar com você Andressa, você conhece aquele vampiro não é mesmo?
-Bem, sim, eu já o conheço faz algumas semanas, ele me salvou de me afogar no lago perto de onde você me encontrou aquela noite, e lutou contra ele.
-Te salvou? Um vampiro? Eles não são do tipo que fariam isso, tem certeza?
-Sim, mas ele me salvou para descobrir o que acontece comigo, ele não consegue me atacar, foi o que ele disse.
-Então será que é isso que aconteceu no acidente de carro, o modo como você escapou...
-Como assim?
-Andressa, quando seu carro capotou e logo em seguida explodiu, uma luz branca surgiu em volta do seu corpo e você saiu andando de entre as chamas, era como se fosse o próprio Gabriel com sua espada flamejante lhe protegendo, só que logo após sair das chamas a luz se apagou e você caiu ao chão, foi quando aquele windigo a atacou.
-Não me lembro disso, uma luz envolta do meu corpo?
-Eu também não consigo explicar, mas quem sabe meu parceiro possa explicar.
-Parceiro?
-Sim, o Vaticano mandou um parceiro para me ajudar a descobrir o que acontece aqui, não sei quem é ele, mas em breve ele estará aqui.
E Daniel e Andressa ficaram a manha toda conversando, e não muito longe dali, na cidade vizinha a Pederneiras, uma figura misteriosa estava sentada na mesa de uma lanchonete, lendo um jornal no qual havia uma reportagem sobre os acontecimentos em Pederneiras.
Era uma mulher aparentando seus vinte e três anos, cabelos longos e negros, olhos verdes claros, usava um sobre tudo vermelho e por baixo uma blusa vermelha desfiada que lhe deixava o umbigo a mostra e uma short curto, e nas pernas uma meia calça preta.
-Pederneiras, né? Interessante. –disse essa mulher.
Então o dia se passou, e ao cair da noite Daniel foi investigar a cidade, pediu para que Andressa o levasse até a casa de Atanael, mas Andressa só o fez depois que ele prometeu que a deixaria falar e que ele não tentaria matar Atanael.
Os dois foram então a pequena casa do lago, Andressa bateu á porta, mas ninguém atendeu, mesmo após chamar verias vezes, Atanael não respondia.
Ele não esta aqui, creio eu. –disse Andressa, após eles esperarem por horas resolveram ir embora.
Estavam errados, Atanael não estava na casa, mas estava por perto observando atento, não queria se manifestar diante de Daniel queria descobrir os motivos de ele estar junto a Andressa.
Daniel e Andressa retornaram ao centro da cidade e passaram em frente ao prédio em construção, á meia noite, e ouviram a canção misteriosa.
Daniel parou o carro, O que é isso? –disse ele a Andressa, que disse que já havia ouvido essa musica na noite anterior.
-Essa musica não é normal. –disse Daniel saindo do carro e olhando para o alto do prédio.
-Também percebeu isso Daniel? – disse uma mulher que estava de pé em cima do muro, antes de pular na frente dele.
-Você? O que faz aqui Evangeline?-perguntou Daniel à misteriosa mulher, a mesma que estava na lanchonete mais cedo, na cidade vizinha.
-Horas, fui eu que o Vaticano enviou para ser sua parceira, não está feliz não Daniel?
-Feliz? Lembra da última vez que você foi minha parceira em uma missão?
-Aquilo foi sem querer, e também não importa, olha aí, seu cabelo já cresceu de novo não?-disse Evangeline dando um sorriso de inocente.
-Ah pai, Deus eterno, por que me castiga com esse fardo?
-Fardo? Fardo é você, deveria estar agradecido de ser parceiro de uma linda garota que nem eu!
E Daniel e Evangeline começaram a discutir um com o outro, Andressa ficou ali parada ao lado do carro, vendo a cena, Quem será essa daí? –pensou ela.
Quando de longe chegava o mesmo saxofonista da noite passada.
-Olá Andressa, aqui de novo? E vejo que está com amigos.
-Olá senhor Ademar, aqueles ali, bem, não são assim amigos sabe?
-Entendo, mas veio ouvir a canção do alto do prédio de novo?
-Sim, eu gostei de ouvi-la, assim como gostei de ouvir seu sax.
-Fico agradecido, mas creio que foi só aquela vez resolvi aposentar meu sax e sair da cidade.
-Porque senhor Ademar?
-Por causa daquela que canta lá em cima, aquela que nem deveria estar nesse mundo.
Ao ouvirem aquele senhor dizer aquilo, Daniel e Evangeline pararam de brigar e foram até Ademar.
-Repita isso senhor, como assim não deveria estar nesse mundo? –gritou Daniel.
-Isso mesmo meu rapaz, aquela ali em cima é minha ex-colega de trabalho e ex-namorada, ela morreu já faz um mês.
-Morreu? Mas então como ela está ali em cima do prédio? –perguntou Andressa.
-Para reaver meu amor fiz um trato com o demônio, mas o cão me enganou, trouxe Olívia de volta a mim, mas me impossibilitou de me aproximar dela. Não posso chegar a menos de vinte metros dela que ela some em névoa diante de mim.
-Um pacto com o demônio é? E o que deu em troca do seu pedido? –perguntou Evangeline.
-Nada senhorita, ele não me pediu nada, ele apenas apareceu a mim quando chorava no cemitério, e disse que poderia acabar com minha dor e trazê-la de volta.
Daniel e Evangeline se olharam, fizeram um sinal com a cabeça como se descobrissem algo, então disse Daniel:
-Esperem aqui, vou subir no topo desse prédio.
-Mas por que isso?-perguntou Andressa
-Deixe que Evangeline explique a vocês. –disse caminhando para portaria ainda sustentando o reboco da parede.
-O que ele vai fazer senhorita? –perguntou Ademar.
-Apenas conversar... –disse Evangeline.
-Obrigado por não me chamarem de louco após ouvir o que eu disse, todos me ridicularizaram quando disse ter feito um pacto com o demônio. –disse Ademar retirando seu chapéu da cabeça e agradecendo.
-Não senhor, não era o demônio que falou com você –disse Evangeline- quem lhe apareceu naquele cemitério era um humano, um detentor da morte.
-Detentor da morte? O que é isso? –perguntou Andressa.
-Detentores da morte são humanos que podem aprisionar os ceifeiros e os obrigar a obedecer-lhos, trazendo alguém que morreu a vida ou tirando a vida de alguém.
-E como sabe que é uma pessoa assim que apareceu para mim? –perguntou Ademar
-Demônios só aparecem se forem chamados, e sempre pedem a alma em troca de favores, e também cumprem com o que se é pedido, mas a maioria dos detentores da morte apenas quer brincar com as pessoas, dizem que querem movimentar a vida eterna deles.
-Vida eterna?
-Sim, como comandam um ceifeiro, nunca suas almas são ceifadas, mas há um preço a pagar, eles possuem vida eterna, não juventude eterna, já vi detentores que possuíam a pele apodrecida e corpos super enfraquecidos.
Enquanto Evangeline explicava a situação a Andressa e Ademar, Daniel subia pelas escadas até o topo do prédio, e chegando lá viu Olívia cantando aos ventos.
-Olívia, chegou o momento de descançar.
-Quem é você, não se afeta com minha canção?
-Não sou qualquer um para se iludido facilmente Olívia.
- Vejo que sim, Daniel.
-Como sabe meu nome?
-Não me reconhece porque estou com esse corpo, mas você me conhece sim Daniel, filho de Martin Hunter, um dos melhores paladinos do nosso tempo.
-Conheceu meu pai?
-Não, acontece que eu sou seu pai.



                    “Sentirás um agradável sentimento no sonho desta noite...”

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