segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Sangue 4

“A dor pela culpa me acompanha eternamente, mas eu não rezo pelos mortos...”







...

Um vampiro?

...







A lua brilhava intensamente atrás deles, uma brisa corria por todo o gramado, e lá estava os três, Yanaudush, Pietro e Atanael.

Pietro transformado no enorme lobisomem negro, entre Atanael e Yanaudush.

- Posso atacá-lo agora mestre? –perguntou Pietro.

- Faça-o. - respondeu Yanaudush.

Então Pietro olhou bem fundo nos olhos de Atanael, e a imagem dele se refletia claramente naqueles olhos prateados, como se fosse um espelho, e soltando um grande uivo ele se lança para cima de Atanael.

Tentando acertá-lo com suas garras, mas algo o repele e o joga direto ao chão.

E sem entender o que aconteceu Pietro novamente tenta atacá-lo e encontra o mesmo destino, o chão.

E nesse instante em que ele cai no chão, Atanael caminha em sua direção e o levanta pelo pescoço, nesse mesmo instante Pietro volta a ser um humano.

- Não sei como ainda tenta me matar tendo esses lixos como subordinados.

- Nunca pretendi que Pietro o matasse, continua arrogante como sempre rapaz.

Atanael solta Pietro no chão quase inconsciente, Yanaudush o pega e coloca no seu ombro, olha para Atanael:

- Nos encontraremos de novo rapaz, até lá...

Então vai embora saltando pelas arvores.

- Estarei esperando como sempre, mas agora devo me preparar tenho visita amanha a noite...

E no carro a caminho de casa, Andressa estava com seu corpo todo tremendo e suas mãos suavam intensamente no volante, sua atenção estava dividida entre a estrada e seus pensamentos.

“Um vampiro, como isso é possível?” estava pensando, ela queria poder entender tudo o que aconteceu naqueles instantes, confissões de assassinatos, forças sobre humanas, a capacidade de voar e ler pensamentos.

Tudo isso havia realmente acontecido a ela, se perguntava, “o que eu poderei descobrir amanhã, agora quero relaxar e dormir”, então chegou em casa.

Acordou, fez tudo o que geralmente faz de manhã, por instantes havia pensado que tudo o que houve seria apenas sonhos, mas ao se aproximar do carro na garagem viu que o pneu que havia sido trocado estava lá.

Sentou no sofá da sala e começou a por seus pensamentos em ordem, o fato de vampiros existirem era para ser aterrorizante, mas não parecia que aquilo a incomodava.

Pelo contrário, ela sentia mais vontade de se aproximar dele, mais vontade de descobrir seus segredos.

- Hoje farei perguntas a um vampiro? Bem ele não é nenhum Brad Pitt ou Tom Cruise, mas creio que poderei fazer as perguntas certas*.

Ela dizia isso, mas em seus pensamentos o que dizia era diferente, “Brincadeiras para se distrair Andressa, não se preocupa de talvez ser morta por algo que não deveria nem existir?”, era isso que pensava.

Então foi até a janela e ficou olhando para o céu, esperando que a noite viesse logo, a hora passava e ela ficava cada vez mais ansiosa.

E ao cair da noite, pegou em mãos as chaves do seu carro correu até a garagem, entrou no carro e deu a partida, parou por alguns momentos, abriu a porta da garagem e foi até a casa do lago para se encontrar com Atanael o vampiro.

Chegando lá bateu a porta e o chamou então a porta se abriu, mas não havia ninguém lá, então Andressa entrou e começou a chamar Atanael.

Então uma voz fala para ela entrar pela porta a sua esquerda, e enquanto ela caminhava até a porta deu uma olhada por toda a sala em que ela estava, quando Andressa entrou esperava uma casa mais assustadora, velha e desarrumada.

Mas a casa era completamente impecável, limpa e organizada por todos os lugares. E os moveis e objetos a lembravam as fotos de casas do século dezoito que sempre via em filmes e fotos.

E Andressa entra pela porta, atrás da porta uma sala de estar com duas poltronas em frente a uma lareira, e essa estava acesa. Sentado em uma das poltronas estava Atanael.

- Ainda bem que veio senhorita, vamos sente-se na poltrona ao lado, essa noitetemos muito a conversar.

Andressa foi e sentou-se na poltrona, e olhou para Atanael.

- Ah! Acendeu a lareira que bom, estava meio frio, achei que vocês vampiros preferissem o frio noturno.

Ele olha para Andressa, levanta da poltrona e caminha até a lareira.

- Não se engane, não sinto frio ou calor, o fogo não me faz diferença. -Atanael coloca uma de suas mãos dentro do fogo da lareira, e sua mão não se queimou.

- Veja o fogo não pode nem me ferir.

Andressa viu aquilo espantada, a mão de Atanael dentro daquele fogo e nada acontecendo, então ela pediu para poder segurar sua mão, a mão de Atanael era gélida como se estivesse segurando a mão de um cadáver.

- Então é verdade, vampiros existem. E em quantos vocês são, onde estão os outros vampiros?

Atanael então virou-se para a lareira, se apoiou com um dos braços na parede.

- Não existem outros, não mais.

Andressa se levantou e caminhou até o lado dele.

- Como assim, não existem outros? Como é possível apenas existir você Atanael?

Atanael olhou para as chamas na lareira e ao mesmo tempo que começou a contar sua historia a Andressa, ele a via em meio o fogo.

- Éramos muitos, isso foi há uns seiscentos anos, estávamos espalhados pelo mundo, cada região tinha seus grupos, cada grupo era dividido em clãs.


Vivíamos em uma sociedade organizada, embora alguns clãs insistissem em ser rebeldes e assassinos outros acreditavam que encontrariam uma maneira passifica para conviver com os humanos.


E assim vivemos por muitos anos, em guerra entre nós e entre as outras criaturas que reinam a noite.


Lycans, selvagens, orcs e muitas outras “espécies”, todos eles nos odiavam, os vampiros, diziam que colocávamos eles em perigo, pois tentar conviver em sociedade com os humanos poderia expor todo o nosso mundo.


Mas era uma desculpa que foi logo descoberta, o que eles temiam mesmo era a nossa capacidade de evoluir, a nossa capacidade de ficarmos cada vez mais fortes.


Pois fora nós os vampiros, apenas os lycans que possuíam a inteligência e a capacidade para fazer isso.


E parece que os lycans envenenavam as mentes das outras criaturas contra nós, até o dia em que a grande guerra aconteceu.


Um por um os grupos iam sendo atacados, um por um os clãs iam sendo mortos, resistimos bravamente por cem anos.


Eu era bem mais jovem na época em que minha familia foi atacada, vi meu pai lutar sozinho contra dois lycans para nos proteger, vi também que tinha sido em vão, as forças deles era maior.


Minha mãe então me levou ao porão, e me disse que cuidaria de mim, que não deixaria que me matassem.


Então saiu e trancou a porta. Só lembro de uma grande luz, depois disso acordei no meio dos escombros do que antes eu chamava de casa, e mais nada havia ali, nem meus pais nem nossos inimigos.


Era quase hora de o sol nascer, então corri para me esconder de seus raios.


Quando a noite voltou, fui até onde os vampiros do meu clã se reuniam, e nada havia lá também, comecei a ir em todos os lugares que conhecia para tentar encontrar algum de nós vivo.


Mas nada.


E um dia querendo me vingar e morrer, invadi uma toca de lycans, se levasse um comigo para morte estaria satisfeito, mas aconteceu outra coisa inexplicável aconteceu.


Fui atacado e jogado ao chão e acabei desmaiando, e novamente ao acordar tudo estava destruído, e nenhum dos lycans vivo.


E foi assim por cinqüenta anos, andei o mundo procurando algum vampiro vivo, e não conseguia encontrar nada, descobri que esse era o plano dos lycans, extinguir os vampiros da face da terra.


Mas não conseguia explicar por que eu ainda continuava vivo, e cansado de procurar pelo mundo, resolvi passar o resto dos meus dias aqui nesta casa.-

Andressa colocou a mão no ombro de Atanael.

- Você deve ter chorado muito, por estar tão só e ter perdido assim sua familia.

Atanael riu, e olhou para ela.

- Nós vampiros não choramos senhorita...









“Sentirás um agradável sentimento no sonho desta noite...”

2 comentários:

  1. Olha ta ficando muito interessante essa historia, então continua porque eu quero saber se os licans tem mais força bruta, ate agora não disseram a que vieram né. Beijos e posta o proximo ai pra nos.

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